terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Pacto Anti-OTAN: Talvez o mundo tenha se esquecido...

 Na véspera de um possível conflito contra o Irã, o SEMPRE GUERRA mostra o que o mundo esqueceu...

Em meados de junho de 2006, os líderes de China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Irã, Paquistão, Mongólia, Índia e Usbequistão se reuniram em Xangai para mais um encontro da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, da sigla em inglês). Criada em 2001 com o objetivo inicial de discutir assuntos de terrorismo, separatismo e fronteira no continente asiático, a SCO tem seis membros permanentes.
Irã, Paquistão, Mongólia e Índia são membros observadores (o Paquistão e o Irã já se preparam para ser membros plenos). E a Arábia Saudita já foi convidada a ingressar no grupo como observadora.

Zhang Deguang, o secretário-executivo da organização, afirma que a SCO comemora cinco anos de vida disposta a "se firmar institucionalmente e encarar de forma mais pragmática a cooperação entre seus membros em áreas como comércio, finanças, tecnologia e serviços".


Acontece que os governos dos EUA e da União Européia - especialmente o Pentágono e a cúpula da Otan - não vêem com bons olhos o novo organismo. Para eles, o grupo quer mesmo é criar um grupo forte institucionalmente à margem da esfera de influência americana e de seus aliados.

O que os observadores europeus e americanos alegam agora é que russos e chineses querem criar um novo Pacto de Varsóvia, composto de países estratégicos econômica ou geopoliticamente e não alinhados com o Ocidente. Em editorial, o jornal russo "Pravda" define assim a situação: 
"A SCO cresceu muito nestes últimos cinco anos e é considerada uma organização criada para contrabalançar a influência dos EUA na região. Por isso a SCO é freqüentemente chamada de 'anti-ocidental', 'anti-Otan' e 'anti-americana'."

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, convidou os outros países a se unirem contra o Ocidente:
"Podemos transformar a SCO numa instituição forte e de influência econômica e política tanto em nível regional quanto internacional. E desafiar a ameaça das potências dominantes de usar a força contra outros países ou interferir em seus assuntos."

Ahmadinejad tem motivos de sobra para vociferar contra o Ocidente. Mas o presidente russo na época, Vladimir Putin, parece ter ambições igualmente grandes:
"A SCO pode ser um forte jogador global. Temos 3 bilhões de pessoas e isso faz diferença - disse Putin, que pregou a união dos países contra "ameaças desconhecidas". - As autoridades de defesa dos membros devem participar ativamente dos encontros".

Num artigo publicado pela ONG Open Democracy, David Wall, pesquisador do Instituto de Estudos Orientais da Universidade de Cambridge, alega que a SCO é de fato o embrião de um grupo anti-Otan e os sintomas já podem ser vistos: todas as ex-repúblicas soviéticas pedem agora a retirada de tropas americanas dos seus territórios.

E China e Rússia fizeram ano passado um inédito exercício militar conjunto contra "possíveis invasores externos".

A única coisa que os membros da SCO têm verdadeiramente em comum é um passado ou presente comunista e governos ditatoriais. Mas muitos interesses coincidem, especialmente a venda de armamentos entre China e Rússia e o desejo dos dois países de controlarem mutuamente suas influências sobre nações menores na região.


Chico Villela traz uma mensagem importante em seu site:


A segunda Cúpula do Cáspio (Caspian Summit) reuniu em 17 de outubro em Teheran, no Irã, chefes de governo e representantes de Irã, Rússia, Azerbaijão, Casaquistão e Turcmenistão, países cujas fronteiras reúnem-se ao redor do Mar Cáspio, e gerou decisões que podem afetar a região e o mundo e alterar os lances do xadrez geopolítico e estratégico. O respeitado analista independente Mahdi Darius Nazemroaya foi além: “A Segunda Cúpula dos Estados do Cáspio em Teheran mudará o ambiente geopolítico global”, e ainda: “O que ocorrer em Teheran pode decidir o curso do resto deste século.”

Noam Chomsky conversou com Robert Harneis, para Russia Today, no ano passado (2009), sobre diversos temas internacionais e também sobre o futuro da OTAN. O professor Chomsky, do MIT, é encarniçado crítico da Otan e da política dos EUA.

Como o senhor vê o desenvolvimento futuro da Otan?
Chomsky: Se a pergunta é "Como deve ser o futuro da Otan?" a resposta é: "imediata desmobilização". Mas não há sinais de mudança. Você deve ter observado que, apesar da crise financeira, desde a posse de Obama não se fala de qualquer movimento na direção de limitar os gastos militares dos EUA. Talvez cancelem alguns projetos mais caros, de alta tecnologia, como a compra do bombardeiro F22. Esse tipo de avião não é necessário no tipo de guerra que há hoje.

Antes de Bush deixar a presidência, aprovou-se verba de 30 bilhões para apoiar Israel durante os próximos dez anos. Israel, hoje, é como uma legião avançada do exército norte-americano. O plano é aumentar o número de soldados em campo. Esses são os soldados de que eles precisam para as guerras que planejam. Durante a invasão de Gaza, os EUA planejavam entregar milhares de toneladas de munição a Israel, em navios alemães, via a Grécia. Os gregos impediram a entrega. Tiveram de achar outra via, mas o Pentágono declarou que a munição seria para fazer reservas, para próximos conflitos.

O senhor acredita nisso?
Chomsky: Ah, sim. Aquela munição não afetaria a luta em Gaza naquele momento. É verdade. Planejam já as guerras futuras. Quanto ao futuro da Otan, tudo dependerá da ação dos cidadãos – como a Conferência Anti-Otan, em Estrasburgo.

Portanto, fiquem atentos...

Site Oficial do SCO Anti-OTAN: http://english.scosummit2006.org/

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